terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Me consumis-te.

      

      Olhe para mim e veja as lágrimas que você causou, o quanto me balançou. Segure minha mão e diga que tudo ficará bem, que é só mais uma crise de amor. Pare um pouco e enxergue através dos meus olhos, deixe que eu me jogue em seus braços e sinta seu calor, pois tu és a dor, e a cura.
      Me aperte contra seu peito e veja, perceba todo o mal que me causou; você me desestruturou, me tirou dos eixos, fez de mim um poço de incertezas, e estou afundando, afogando, agonizando em minha própria água lodosa. Acabas-te comigo, e me reconstruiu aos poucos, fazendo de mim mulher.
      Te quero, e não posso ter-te; te imploro para que fique, e tu se vás; peço-lhe um carinho, e me negas, deixando-me ao léu, sentindo como se estivesse nua em plena Nova York. Porém, quando queres, me deitas na cama e faz com que me torne tua, para depois jogar-me de novo naquele enorme labirinto, onde a unica saída é rápida e dolorosa; não gosto de sentir dor.
      Foi isso que me transformou; suas idas e vindas fizeram-me mulher de verdade, mulher com M maiúsculo, mas quem disse que eu queria isso? Estava bom do jeito que estava, eu era uma garota feliz, vivendo meu quase-eterno conto de fadas, procurando pelo Grande Talvez que François Rabelais tanto falou. Agora resta-me apenas dormir o sono dos justos; dos guerreiros; pois tu cerceias meu coração e   desacreditas minha mente; isso é exaustivo. Boa noite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lembre-se de ser educado!