terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Talvez, só talvez...




 Ainda posso ouvir o som das ondas arrebentando na praia numa tarde de quinta, eramos só eu e você, quilômetros de areia e mar de uma ponta a outra que parecia não ter fim. Ainda lembro dos seus beijos e sussurros ao pé do ouvido, do mar molhando o meu vestido e você sorrindo. Lembro de um “para sempre” que você disse baixinho e de um beijinho na testa. Eu imaginei uma música de fundo para aquele momento, era doce a melodia e você dizia “eu te amo” fazendo meu coração acelerar. Me abraçava forte e me fazia olhar o movimento das ondas. O que aconteceu comigo? Com você? Com nós? Eu tinha um plano, eu tinha todas as respostas, e de uma hora pra outra tudo se esvaiu, virou pó, cinzas sendo carregadas pelo mar de esperança que continha vivo em mim. Quando menos esperei você se foi. O seu amor antes tão meu, agora pertence a outro alguém. Ainda posso ouvir sua risada ao me ver com medo daquele filme de terror nada assustador, seus braços entrelaçados na minha cintura, seu abraço apertado que por vezes me trouxe segurança e conforto. Ainda lembro das noites que viramos em frente ao vídeo-game numa disputa sem fim. Lembro de cada momento, cada sorriso, cada conversa, e tenho plena consciência de que você não lembra nem da metade da nossa história, de que pra você nossos momentos são apenas lembranças de um passado próximo que não importa mais, mas talvez, só talvez, você ainda lembre daquela noite tão bem quanto eu. Talvez você ainda lembre a letra daquela musica que escreveu pra mim, ou das brincadeiras tão intimas, tão nossas. Talvez, só talvez, esse não seja o fim do capitulo e eu não tenha que virar a página e recomeçar, talvez eu só deva deixar rolar, encarregar ao tempo a missão de trazer você de volta, afinal, pessoas são como borboletas que exploram diversos jardins, mas sempre voltam para aquele que mais lhes agrada, que mais lhes trás segurança pelo fato de as flores terem um aroma mais doce e a grama ser mais aparada, então só cabe a mim cuidar do meu jardim, pra que você levante voo e volte pra mim, mas se isso não acontecer, novas borboletas viram explorar, e o ciclo da vida aos poucos se concretizará.

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